Gostou? Então espalha pra galera!

31 maio 2010

Um meme???


Recebi um desafio da Luciana do ‘Querendo saber…’ : participar desse meme! Na verdade eu nem sabia direito do que se tratava, mas como ela me pediu, fui ‘lá na casa’ dela ver como era! E eu gostei! Achei muito interessante a proposta da brincadeira e resolvi aderir!  

O negócio é mais ou menos assim: existem algumas regras e algumas perguntas estilo ‘quem sou eu, do que mais gosto’, etc… Porém tudo só pode ser respondido através de imagens! Um desafio e tanto! Logo pra mim que gosto tanto de escrever?! Bom, resolvi tentar… Vejam aí:

As regras são essas:

1) Colocar o selinho e regras no blog! (já está lá em cima)
2) Responder com muita sinceridade (quem sou eu, o que me faz sorrir, o que me faz chorar, a minha cor, a melhor lembrança, a música é, o filme, o pecado, o cheiro, o esporte, o hobby, o livro, o sonho), apenas com imagens (não vale responder por escrito);
3) Indicar as pessoas para responder e colocar seus links no final do post;
4) Deixar um comentário para a pessoa, avisando que ela foi indicada para a brincadeira;
5) Dizer as três lembranças mais fofas da infância.

Quem sou eu?



O que me faz sorrir?




O que me faz chorar?





A minha cor?



A melhor lembrança?







A música é?




O filme?




O pecado?



O cheiro?



O esporte?



O hobby?



O livro?



O sonho?




Agora, fiquem sabendo quais são as três lembranças mais fofas da minha infância:

  1. Assistir todos os dias o Programa do Show da Xuxa! Adorava quando ela subia na nave…! Me batia uma tristeza… rsrsrs

  2. Dormir pontualmente às 19h! (Nunca mais consegui essa proeza!)

  3. Escutar, repetidas vezes, o vinil do Balão Mágico que ganhei no meu aniversário de 3 anos!
E enfim, a parte mais difícil: indicar pessoas! Tentei escolher pessoas mais próximas e que eu gostaria muito de ver a “vida em imagens”! São essas aí:

Anderson Azevedo (O Caicoense)
Merciana (Mamãe de Primeira Viagem)
Yanni Danielly
::Mari:: (Tic Tac das Letras)
Gobs (Questão de Opinião)

"Sangue do Meu Sangue" - Os Genes Mandam em Nós!

Você é uma máquina de sobrevivência dos seus genes, que o usam para se reproduzir. Ok. Mas o que aconteceria se esses genes tivessem construído um cérebro capaz de detectar cópias deles em outro corpo? O seguinte: eles também lutariam pela sobrevivência desse corpo. Fariam você se sentir aliviado com bem-estar dele.


O fato é que os genes construíram esse sistema de detecção. Todos os cérebros têm isso em algum grau. E o altruísmo puro é exatamente o que acontece quando dois animais são parentes próximos.

Existe uma chance em duas de que qualquer um dos seus genes esteja no seu irmão ou no seu filho. E 1 em 8 de que esteja em um primo. Sendo assim, o que o neodarwinismo diz é: você não “ama” seus filhos e irmãos. São seus genes que vêem neles maneiras de se perpetuar. E é por isso que você os ajuda. O geneticista John Haldane (1892-1964), um dos pioneiros do neodarwinismo, quis deixar isso claro quando lhe perguntaram se ele daria a vida por um irmão. A resposta: “Não. Mas daria por 2 irmãos ou 8 primos”.


O mesmo vale para quando nos apaixonamos. Se você ama alguém, quer ter filhos com essa pessoa, quer colocar seus replicadores ali e se esfolar para cuidar dos rebentos. Aí, para o futuro dos genes, sua vida só faz sentido se aquela pessoa existir. E o sentimento é tão poderoso que parece eterno enquanto dura.

Outra coisa que determina a hierarquia entre parentes é a expectativa de que eles se reproduzam. Daí os pais se sacrificarem mais pelos filhos do que os filhos pelos pais. Responda rápido: se você tivesse que decidir entre a morte de 20 estranhos e a vida do seu filho, ficaria com qual opção? Ou melhor: existe algum número de pessoas que valha a vida de um filho? Para a psicologia evolucionista, não. Para o Zé Mané do boteco e a dona Cleide da quitanda também não. O egoísmo dos genes aí dentro é maior do que tudo o que tem do lado de fora.

[Incrível, não? Saber que todos os seus sentimentos pelas pessoas próximas são frutos do egoísmo dos seus genes!!! Amanhã veremos como foi a "Evolução do Universo"]

30 maio 2010

Os Livros daquela Estante... (Parte III)

 E Epaminondas disse aos amigos:

_ Às vezes, nos deixamos levar pelas influências externas, ou seja, pela opinião dos outros, na tentativa de nos encaixarmos mais facilmente em alguns grupos. Sentimos prazer em receber elogios e reconhecimento por estarmos fazendo algo que a "sociedade" quer que façamos. E, lendo aquele livro, percebi que eu estava agradando "à sociedade", porém, não estava sendo sincero comigo mesmo. Não era uma leitura que me agradava. Em outras palavras, ele não me dava prazer e felicidade.... E, embora ele fosse um livro que, por fora, desse a impressão de oferecer muitas novidades, não foi isso que eu comprovei. E mesmo eu sabendo que, por carregá-lo de um lado a outro da cidade, eu estava conseguindo um certo "status social", isto é,  demostrando que eu estava seguindo um padrão que era a moda de hoje, eu não me sentia feliz por causa disso.

E os amigos, apesar de um pouco confusos com essa resposta, passaram a compreender Epaminondas. Ele estava certo, pensaram alguns. Já outros, imaginaram que ele estava mais louco do que nunca, porém deixaram-no para lá...



E Epaminondas seguiu contente, com o seu velho livro em punho, lendo sempre que necessitava ou lhe sobrava um tempinho.  Ele sentia-se feliz...

Até que...


[... Continua domingo, dia 06/06! Até lá!]

Por Beth Amorim

O Sexo e Violência sob o "olhar evolucionista".


Se ainda sobrou alguma coisa que você queria saber sobre sexo, mas não tinha coragem de perguntar, talvez a resposta dos evolucionistas sirva: ele é a forma que os genes arrumaram para melhorar as defesas da sua máquina de sobrevivência. Por exemplo: se você tem um sistema imunológico que não sabe se defender de algum vírus, e tudo o que você sabe fazer para se reproduzir são cópias de si mesmo, como aquelas primeiras células, seus rebentos vão ter esse problema. E o clã inteiro vai morrer no caso de um ataque.


Agora, se você combina seus genes com o de um ser imune ao tal vírus, a história é outra: teoricamente, só uma parte do clã morreria. E o resto continuaria passando seus genes adiante como se nada tivesse acontecido.   
  
Ao criar esse tipo inovador de reprodução, a seleção natural tratou de dividir o trabalho entre dois tipos de fun­cionários especializados. Um teria a função de tentar pôr seus genes em qualquer máquina de sobrevivência que cruzasse seu caminho. O outro selecionaria entre esses primeiros quais têm os melhores genes para compartilhar e cuidaria da cria que os dois tivessem juntos. Em outras palavras, o mundo se dividia entre machos e fêmeas (em algumas espécies, os papéis se invertem: os filhotes ficam a cargo dos machos, então eles é que são os mais paquerados).



Enfim, ao ganhar o poder de decidir quais machos terão filhos e quais ficarão na prateleira, as fêmeas assumiram o controle da evolução na maioria das espécies. E, para a psicologia evolutiva, é isso que determina aquilo que mais importa na vida: a propagação dos nossos genes, coisa também conhecida como vida afetiva e sexual.


O sexo, hoje, tem pouca relação com o ato de fazer filhos. Você sabe. Nenhum adolescente pensa em engravidar 10 meninas quando vai viajar para o Carnaval. Mas os genes dele não fazem idéia de que existem camisinhas e tudo o mais, então deixam o rapaz com vontade de transar com 10 garotas e pronto. Se tudo der certo, esses genes poderão instalar-se no útero de um monte de meninas e construir um monte de bebês (várias máquinas de sobrevivência novinhas em folha!).

Do ponto de vista das fêmeas a história é outra: transar com 10 sujeitos num feriado não vai “render” 10 filhos para os genes dela se instalarem. Vai dar é uma baita dor de cabeça. Os contraceptivos poderiam deixá-las livres para fazer sexo só pelo prazer com um monte de seres do sexo oposto, como qualquer homem faz (ou tenta fazer). Mas não. O cérebro delas evoluiu para selecionar os melhores parceiros, ter poucos (e bons) filhos, não para tentar a sorte com qualquer um. Sem falar que, do tempo dos nossos ancestrais caçadores-coletores até o século 20, sexo casual para elas era correr o risco de acabar com um bebê indesejado. Aí não tem ideologia liberal nem pílula que dê conta de superar esse “trauma” evolutivo.


Psicólogos da Universidade Stanford, nos EUA, checaram isso com uma experiência simples. Contrataram homens e mulheres atraentes para abordar estudantes e dizer: “Você gostaria de ir para a cama comigo hoje?” Nenhuma mulher aceitou. Já as garotas tiveram resultados melhores: 75% dos homens toparam no ato. Dos 25% restantes, a maioria pediu desculpas, explicando que tinha marcado de sair com a namorada. 



Pois é: do ponto de vista da seleção natural, uma bela fêmea disponível é um bem valioso demais para ser desperdiçado. Nenhum homem se surpreende com isso (o pessoal da obra não está só brincando quando diz “ô, lá em casa!”), mas para as mulheres a verdade da psicologia evolucionista pode soar assustadora: “O desejo de variedade sexual nos homens é insaciável. Quanto maior for o número de mulheres com quem um homem tiver relações, mais filhos ele terá [pelo menos é o que “pensam” os genes]. Então demais nunca é o bastante”, escreveu outro guru do neodarwinismo, o psicólogo Steven Pinker, da Universidade Harvard, nos EUA.


Esse apetite todo também ajuda a explicar as raízes de outro comportamento ancestral: a  violência. Os despojos de guerra mais comuns nos conflitos tribais sempre foram as mulheres. Não é à toa que uma das lendas sobre a fundação de Roma, que aconteceu no século 8 a.C., celebra o dia em que os primeiros romanos atacaram uma tribo vizinha, a dos sabinos, e raptaram as mulheres deles para começar sua civilização. Não dá para não dizer que deu certo.


E esse é o ponto: às vezes a violência é, sim, o melhor jeito de conseguir alguma coisa. Então não há mistério para a psicologia evolucionista: como a  violência funcionou ao longo da  história, está impregnada nos nossos genes. “Os bebês só não matam uns aos outros porque não lhes damos acesso a facas e revólveres”, disse o pediatra e psicólogo Richard Tremblay, da Universidade de Montreal, em uma entrevista à revista americana Science. A grande questão, ele completa, não é como as crianças aprendem a agredir, mas como elas aprendem a não fazer isso.


Intrigante, mas o psicólogo evolucionista Eduardo Ottoni, da USP, tem a resposta na ponta da língua: “A coisa mais complicada na vida de um primata é a capacidade de se virar em sociedades complexas. E se dar bem socialmente não é dar bifa em todo mundo”. Então nada melhor que um pouco de altruísmo com alguns para ficar bonito na foto. 



Os morcegos que o digam: entre as espécies que se alimentam de sangue, a vida não é fácil. Nem sempre dá para voltar pra caverna com o almoço na barriga. Mas os que conseguiram sangue durante o dia dão uma força aos malsucedidos, oferecendo a eles o sangue que sobrou na boca. Mas não tem conversa: quem não retribuir a oferta quando a situação for inversa fica com a reputação manchada e é banido do almoço grátis.

Mas em alguns casos somos altruístas sem querer nada em troca, nem inconscientemente. Isso acontece quando se trata das nossas famílias. E é aí que, para os neodarwinistas, fica mais clara a forma como os genes nos dominam.

[No próximo texto veremos como os genes "se  comportam" em família!!]

29 maio 2010

[Crédito da imagem e da frase, clique aqui]

Quer saber qual é o sentido da vida?

Genes mutantes e as pressões da seleção natural fizeram essa obra esplêndida que você vê no espelho todas as manhãs. Uma caminhada e tanto. Mas uma coisa não mudou desde os tempos da primeira molécula replicadora. Aquele objetivo irracional continua intacto: tudo o que os genes querem é fazer cópias de si mesmos. Foi para isso que eles criaram nosso corpo e nossa mente. E agora nos comandam lá de dentro, por controle remoto, para que trabalhemos em nome de sua preservação. A razão da existência? Lutar para que os genes façam cópias deles mesmos do melhor jeito possível.

E, para os neodarwinistas, esse egoísmo dos genes é a chave para descobrir como a nossa mente funciona. O próprio Darwin tinha escrito, no final de A Origem das Espécies: “Agora a psicologia se assentará sobre um novo alicerce”. Demorou, mas aconteceu. Uma nova ciência da mente ganhou terreno no final do século 20. Foi a psicologia evolucionista, que usa Darwin e a mecânica dos genes para entender o que se passa aí dentro da sua cabeça.

Premissa número 1 dessa ciência: a mente já nasce quase pronta. Ela não é uma folha em branco, em que qualquer coisa pode ser “escrita”, como muitos filósofos e cientistas sociais defendem. Do ponto de vista da psicologia evolucionista, não faz sentido dizer que a cultura molda o nosso comportamento. Ela afirma que sua mente foi forjada ao longo de toda a evolução. E que você vem ao mundo com todos os “softwares” instalados no “hardware” da sua cabeça. Seus desejos, sua personalidade e tudo o mais dependem desses programas mentais. Nossa margem de manobra é pequena. [Nota pessoal: particularmente, com essa parte da teoria da evolução, eu não concordo muito. Acredito que o ambiente em que vivemos pode  sim, ajudar na manobra de formação de nossa personalidade... Beth Amorim].

E tem outra: a mente humana ganhou os soft­wares que tem hoje nos últimos 200 000 anos, quando nossa espécie, o Homo sapiens, veio ao mundo. Passamos 97% desse tempo em bandos nômades, que viviam da caça e da coleta. Nossa mente, então, não passa de uma ferramenta da Idade da Pedra tentando se virar num mundo que não existe mais. Do ponto de vista dos nossos genes, ainda estamos no Paleolítico, uma época sem faculdade, carreira, dinheiro ou anticoncepcionais. Uma época em que só duas coisas realmente contavam: Sexo e Violência.

[Você saberá o por quê disso amanhã...Até lá!!!]

28 maio 2010

Se sobrar um tempinho, reflita sobre esse texto no seu FDS...


"Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregues a tua alegria, a tua paz, a tua vida, nas mãos de ninguém, absolutamente de ninguém. Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.
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A razão da tua vida és tu mesmo. A tua paz interior é a tua meta de vida. Quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remete o teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e busca a divindade que existe em ti. Pára de colocar a tua felicidade, cada dia, mais distante de ti.


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Não coloques objetivos longe demais de tuas mãos, abraça os que estão ao teu alcance, hoje. Se andas desesperado por problemas financeiros, amorosos ou de relacionamentos familiares... busca no teu interior a resposta para te acalmares, tu és o reflexo do que pensas diariamente. Para de pensar mal de ti mesmo e seja teu melhor amigo, sempre. 

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Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então, abre um sorriso para aprovar o mundo que te quer oferecer o melhor.

Com um sorriso no rosto, as pessoas terão as melhores impressões de ti e tu estarás afirmando para ti mesmo, que estás “pronto“ para seres feliz.
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Trabalha, trabalha muito a teu favor.
Para de esperar a felicidade sem esforços.
Para de exigir das pessoas, aquilo que nem tu conquistaste, ainda.
Critica menos, trabalha mais.

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E não te esqueças, nunca, de agradecer.
Agradece tudo que está na tua vida neste momento, inclusive a dor.
A nossa compreensão do universo, ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida.
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"A grandeza não consiste em receberes honras, mas, sim, em merecê-las." 

Paulo Roberto Gaefke - "Decidi ser Feliz" Ed. 2002

Sexta -feira!!!

Enfim, o dia mais esperado da semana!!!



Planeta Terra, 4 bilhões de anos atrás: Um mundo adolescente, infestado por vulcões, meteoritos e tempestades violentas.


No mar desse inferno, moléculas de carbono encontraram um porto seguro. E começaram a se juntar, formando cadeias cada vez mais longas e complexas. Uma hora, como quem não quer nada, apareceu um estranho nesse ninho. Um acidente da natureza. Era uma molécula capaz de se replicar, de sugar matéria orgânica do ambiente e usar como matéria-prima para produzir cópias dela mesma. Motivo? Nenhum: ela fazia réplicas por fazer e pronto. Vai entender...

Essa aparição foi algo tão improvável quanto se este computador comesse seus dedos agora e, a partir dos átomos da sua carne, pele e ossos, construísse uma cópia dela mesma. Improvável, mas foi exatamente o que aconteceu naquele dia. E não havia nada ali para conter o apetite da monstruosa molécula.





Ainda mais porque arranjar matéria-prima, ou seja, “comida”, nesse oceano primitivo era fácil: bastava “pescar” nutrientes na água. Assim ela cresceu e se multiplicou. Mas tinha um problema: nem sempre as réplicas saíam perfeitas. Às vezes acontecia um erro de cópia aqui, outro ali. Surgiam aberrações. “Um livro e tanto escreveria o capelão do Diabo sobre os trabalhos desastrados, esbanjadores, ineficientes e terrivelmente cruéis da natureza!”, escreveria Darwin sobre esse processo bilhões de anos depois.

Esses erros aconteciam bem de vez em quando: um a cada milhão de réplicas. Mas tempo é o que não falta nesse mundo. Então eles foram se acumulando mais e mais. Só que alguns não davam em aberrações. Muito pelo contrário. Algumas réplicas nasciam com uma mutação que as fazia se multiplicar mais em menos tempo. E não demorou para essas mutantes mais férteis dominarem o mar. Só isso já é um tipo de seleção natural. Mas a regra de Darwin só deu as caras para valer quando aconteceu o inevitável: o mundo ficou pequeno para tantos replicadores. Com a superpopulação, os ingredientes de que eles precisavam para fazer suas cópias rarearam. Era a primeira crise de fome no planeta.

A saída? Ir para a briga. Mas estamos falando de moléculas, que não têm lá muito poder de decisão. Foi aí que provavelmente surgiu uma mutação inédita, que permitia a algumas moléculas comer outros replicadores. Assim elas conseguiam eficiência total: arranjavam almoço e eliminavam rivais ao mesmo tempo. Mas o domínio não duraria para sempre. Com o tempo surgiram mutantes com capa protetora natural. Com essa armadura, dava para comer os rivais sem o risco de ser comido. Nasciam as primeiras células do mundo. “Os replicadores deixavam de meramente existir e começavam a fazer contêineres para eles, veículos para que pudessem continuar vivos. Os que sobreviveram foram os que construíram ‘máquinas de sobrevivência’ para si”, escreveu o mais notório dos neodarwinistas, o zoólogo Richard Dawkins, da Universidade de Oxford, na Inglaterra.



Não demorou para virem células mutantes ainda mais terríveis contra as rivais. Elas tinham o poder de juntar forças com outras células e atacar unidas. E de fazer cópias de si mesmas numa tacada só, como se todas fossem uma única molécula. Surgiam os primeiros seres multicelulares.

E eles ficaram cada vez mais complexos: suas células passaram a assumir funções distintas para operar sua máquina de sobrevivência. Faziam como soldados num tanque de guerra: umas ficavam a cargo da locomoção, na forma de nadadeiras; outras, dos “satélites” para encontrar comida (visão, olfato).

E o progresso nunca parou. Tanto que hoje boa parte dos replicadores vive em “robôs” imensos, feitos de milhares de trilhões de células. Agora os chamamos de genes, e eles estão dentro de nós. Somos sua máquina de sobrevivência. 


[Quer saber qual é o "Sentido da Vida"? Volte amanhã e descubra!!!]

27 maio 2010

O inferno de Darwin



O solo repleto de lava negra estava coberto de lagartos e tartarugas mons­truosas. Caranguejos escarlates corriam por todos os lados. O calor era tão forte que atravessava as botas e queimava os pés. Cercado por uma vegetação composta de cactos de 3 metros de altura, girassóis do tamanho de árvores e arbustos desfolhados, Darwin escrevia em seu diário: “A superfície seca e crestada, aquecida pelo sol do meio-dia, deixava o ar abafado, quente como em um forno. Tínhamos a impressão de que até os arbustos cheiravam mal”.

“Esse lugar é o inferno!”, dizia Robert FitzRoy, capitão do navio de pesquisas Beagle, que levara o jovem Charles Dar­win às Galápagos, um arquipélago no oceano Pacífico. FitzRoy queria um cavalheiro a bordo para lhe fazer companhia. E o abonado Darwin, de 22 anos, acabou escolhido, principalmente porque estava estudando para virar padre – mas também porque FitzRoy gostou do formato do nariz dele, que “sinalizava profundidade de caráter”. O capitão tinha dois objetivos para a viagem. Um a serviço do Império Britânico: mapear a costa da Patagônia. Outro, pessoal: encontrar provas científicas de que o mundo tinha sido criado de acordo com o que está na Bíblia. Mal sabia ele que o assassino de Deus estava a bordo.

A paisagem infernal das Galápagos, onde aportaram em 15 de setembro de 1835, após quase 4 anos de expedição, era um paraíso para Darwin. Ele pintou e bordou com tudo o que pôde naquele lugar perdido no tempo. Pegou carona nas tartarugas (“Era difícil manter o equilíbrio.”), tirou onda com as iguanas (“Ela ficou olhando para mim como se quisesse dizer: Por que você puxou a minha cauda?”) e encheu o bucho de iguarias exóticas (“Tatu é um prato excelente quando assado em sua carapaça.”). De quebra tirou de lá a inspiração para a idéia mais importante e assustadora da história da ciência.


O gatilho para esse pensamento veio quando ele percebeu diferenças instigantes entre os bicos de uma espécie de passarinho das Galápagos, os tentilhões. Em uma ilha eles tinham bicos grossos, bons para quebrar nozes. Em outra, longos e finos, ideais para arranjar comida em frestas. Darwin imaginou que aquelas aves deviam ter se adaptado de algum jeito. Por mágica? Não: por um processo de seleção que levou gerações. Em ambas as ilhas teriam nascido pássaros de bico fino e de bico grosso. Naquela onde havia nozes para comer, só estes últimos teriam sobrevivido. A partir desse raciocínio simples, nascia um monstro.


De volta à Inglaterra, aos 27 anos, Dar­win estudou a fundo as 5 436 carcaças, peles e ossos que colecionara na viagem do Beagle e concluiu que TODAS as espécies do mundo tinham passado por processos de adaptação equivalentes ao dos tentilhões. Bem devagarzinho.
Imagine as asas dos pássaros, por exemplo. Pela lógica de Darwin, elas não nasceram prontas. Em algum ninho dos ancestrais dos pássaros, que não voavam, surgiu um mutante, um “patinho feio”, com uma pequena membrana que lhe permitia planar de vez em quando. Essa característica deu-lhe alguma vantagem na luta pela sobrevivência. E o bicho deixou mais descendentes que seus irmãos. A prole dele, que carregava a mesma mutação, também fez mais filhos, e por aí foi. Com o tempo, novos mutantes, novos patinhos feios, foram nascendo com asas cada vez melhores. E no fim das contas um novo tipo de animal se consolidava no  planeta: os pássaros. Tudo às custas da extinção de outros bichos parecidos, só que menos adaptados à dureza da  vida. “A produção de animais superiores é conseqüência da natureza, da fome e da morte”, escreveu Darwin.  
Nós mesmos, imaginou o inglês, não podíamos estar de fora. A diferença é que a evolução para a forma que temos hoje foi a partir de “macacos” (na verdade, animais parecidos com macacos) que foram desenvolvendo cérebros cada vez maiores, do mesmo jeito que os pássaros fizeram com as asas. E esses “macacos” vieram de outros bichos... Hoje sabemos de quem: de peixes mutantes que nasceram com a capacidade de respirar fora da água – nossos pulmões, por exemplo, vieram direto desses animais, que viviam em pântanos lamacentos.

Aí não tinha mais jeito. Darwin já sabia que não éramos “a imagem e semelhança de Deus”. Agora responda: o que você faria ao perceber que na sua cabeça existe uma idéia que pode abalar as crenças mais profundas de quase toda a humanidade? Darwin sentiu o peso, e ficou aterrorizado. Demorou mais de 30 anos para publicar a idéia em seu livro A  Origem das Espécies, de 1859. E ainda assim o livro só saiu quando ele leu um artigo de Alfred Russel Wallace, um biólogo inglês. O texto continha uma teoria bem similar à da seleção natural, porém menos abrangente. Com medo de ser passado para trás, Darwin autorizou seu amigo Thomas Hux­ley a expor a Teoria da Evolução ao mundo científico, pois ele mesmo não teve coragem. “Foi como confessar um assassinato”, escreveu.

Por isso mesmo a teoria demorou para virar unanimidade entre os acadêmicos. Ela só foi aceita para valer quando outros cientistas, já no século 20, a refinaram com base na genética – a forma como os pais transmitem suas características aos filhos. Esse renascimento deu um gás novo à Teoria da Evolução . E na década de 1930 começava uma nova revolução: o neodarwinismo. Com ele, uma idéia aterradora começou a sair do forno: a de que você não passa de um robô. Era a Teoria do Gene Egoísta, que ganhou corpo nos anos 70. Para entendermos melhor essa História, vamos fazer outra viagem no tempo. Desta vez para uma época bem anterior à do Beagle. Mas com um destino igualmente infernal.  

[Cenas do próximo episódio: A  Origem das Espécies 2.0. Não percam!]

26 maio 2010

E você ainda está nessa vida, criatura?

Foi reprovada dois anos seguidos no Ensino Fundamental I. Foi nessa época que descobriu que tinha apenas dois neurônios. Enquanto ela usava um, mandava o outro para a lavanderia. Percebeu também por essa época, que jamais conseguiria atrair alguém por sua personalidade, até porque ela não sabia o que era isso, imagine ter uma!



Para completar o quadro, pintou o cabelo de amarelo aos 16 anos... Ela tinha que atrair a atenção de alguma forma. E já que pela inteligência sabia que era impossível, resolveu, enquanto poderia, mostrar seus atributos físicos. Matriculou-se na academia do subúrbio em que morava e passou a frequentar diariamente aquele local. Conseguiu amigos, pernas bonitas, cintura fina, barriga chapada (tá, nem tão chapada assim...). Ganhou até admiradores pelo belo corpo, porém, quando começava a falar...


Sim, mas o tempo passou e o corpo ela esculpiu. Tinha agora "uma arma" nas mãos. Conquistaria o homem que quisesse, assim ela pensava. Realmente, alguns babacas ficavam de  queixo caído quando ela passava rebolando de shortinho. Porém, quando ela começava a falar...

Tudo o que ela mais queria era um namorado bacana, que tivesse carro e dinheiro. Se fosse bonito, melhor ainda. E foi então que ela conheceu alguém e disse: _É esse! E num piscar de olhos, conseguiu atrair a presa. Foi como mágica.

Os dias se passaram... O namorado bacana adorava ter uma namorada bonitona, novinha, loirinha, e tudo mais. Porém, quando ela começava a falar....

Ele até hesitava em levá-la nos encontros com os amigos. Tinha medo que ela quisesse usar seu único neurônio justamente naquela hora. Além do mais usava vestes vulgares e chamativas [ela realmente gostava de aparecer]. E foi assim que ele percebeu que mulher é muito mais que coxa grossa, cintura fina e bunda grande. Aliás, ele percebeu que poderia achar alguém com tudo isso, mas vindo com inteligência, sabedoria e discrição no pacote. E então, ela o perdeu. Para sempre.

 

Ela não se conformou e disse: _Como alguém pode me dispensar assim, sem mais nem menos? Resolveu apelar. Fez um orkut e começou a postar suas fotos. Era bunda pra todo lado. O melhor de tudo eram as legendas. No entanto, não podemos deixar de falar das poses.  Era cada uma... Deitada na cama, com cara de "me coma", de costas mostrando a parte do corpo que mais a orgulhava [a bunda, claro!], enfim, toda uma sorte de insinuações. Tadinha. Mal sabia que dessa forma ela estava acabando com sua reputação (se é que ela ainda tinha uma). Quem a levaria a sério depois disso?

Bom, mesmo assim, ela não parou. E todos pensavam... Para que servirá tanta beleza? Somente para se expor no orkut numa foto com cara de "me coma"? As pessoas próximas ainda tentavam alertá-la dizendo que de nada adianta um livro ter somente "uma capa  bonita". Se ele não tiver conteúdo, nunca chegará a ser um best-seller.


Entretanto, ela não entendia o que as pessoas falavam (best-seller? o que é isso? seria um cachorro?). Simplesmente porque inteligência ela não tinha para compreender...
[Beth Amorim]

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