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23 outubro 2011

Às vezes é melhor... [Republicação]



Hoje, às 4h da madrugada, acordei e senti que a agonia que eu estava sentindo ontem tinha aumentado. Na verdade, eu já estava sentindo essa sensação estranha desde sexta-feira. Não sei bem definir o que era, ou porque estava sentindo. O que sei é que ontem ela piorou. Alguns fatores contribuíram decisivamente; isso é certo. Mas foi aí que, em plena madrugada, cheguei à seguinte conclusão: em muitos casos, seria bem melhor se fôssemos ingênuos! Ou no meu caso, "ingênua"...


Cheguei a essa conclusão após entender que ao perceber certas coisas que acontecem a minha volta, eu sofro muito. Às vezes por antecipação, às vezes não. E uma pessoa ingênua não perceberia, ou não enxergaria "essas coisas", e viveria numa constante felicidade, onde tudo está sempre bem. Seria quase como viver numa Utopia. 
Por vezes, meu excesso de realismo, ou seja, aquela característica que tenho de ver as coisas como elas realmente são, me deixa triste, angustiada, confusa, indecisa. E é horrível. Começo e sentir coisas que nem sei porque estou sentindo, e quando coloco a cabeça para funcionar, as respostas vêm como num turbilhão que, muitas vezes, devasta até meu bom senso. 

Aliado a isso, ainda vem outra característica minha: a franqueza. Se sinto, logo falo, escrevo, ou exteriorizo de alguma forma. Aí é que a coisa complica. Isso porque o fato de exteriorizar traz consequências que nem sempre são positivas. Por outro lado, se 'não coloco' para fora o que estou sentindo, aquilo fica me corroendo por dentro, como um ácido. E com tanta acidez me corroendo, eu acabo ficando ácida também. E isso manifesta-se em palavras ou atitudes. O que é pior: pode acontecer em relação a pessoas que nada têm a ver com a situação que estou passando.
Ontem me vi assim. Senti-me ácida, azeda, estranha. Perdi o sono. Quis chorar, mas as lágrimas não vieram. Falei. Conversei. Exteriorizei. Aquelas náuseas, não pude esquecer. As perguntas, fiz. As dúvidas, tirei. A sensação continuou. A autoestima permaneceu em baixa. A sensação de desconforto não sumiu, apenas abrandou-se.



E então me pergunto:
♣ Será que um dia vou conseguir ser lesa? Ingênua? Tolinha?
♣ Será que um dia vou deixar de ser tão realista e acreditar que viver numa 'utopia' é melhor?
♣ Será que um dia vou conseguir 'fazer de conta' que certas coisas não me causam desconforto, e deixar transparecer que está sempre tudo bem?
♣ Será que uma dia a maturidade chega?

Às vezes fico imaginando... Aquela criança que sempre enxerga[va] o lado bom, que nunca acha[va] que o outro iria fazer-lhe mal, que pra ela sempre esta[va] tudo maravilhoso como num conto de fadas... Será que essa criança ingênua vive[ia] mais confortável do que eu, com minha realidade sempre presente e meus questionamentos quase infinitos?
Pode ser, mas o que sei, é que mesmo com todo esse estranhamento que sinto, considero-me mais preparada pra enfrentar determinadas situações, coisa que aquela criança ingênua não tem, ou ainda ... não teve...
Vai saber.... 

Publicado originalmente em 14/09/2009

1 mil pitacos!:

Jacknamar disse...

Entendo perfeitamente o que você quer dizer Beth. É complicado lidar com a realidade quando nós mesmos temos uma percepção tão clara dela.

As vezes a angústia nos aflinge com mil vezes mais intensidade. Mas lembre-se, também a alegria e o sentimento de realização também...

Abraço, Jack.

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