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22 fevereiro 2010

Comprometer-se para Educar Melhor!


Hoje estive participando de uma palestra, que faz parte da semana pedagógica do início do ano letivo, na Rede Estadual de Ensino, da qual passo a fazer parte esse ano. O tema da semana, é esse aí [que está também acima, lá no título]:  "Comprometer-se para Educar Melhor".

Bom, há 4 anos atrás, acho que uns 3 meses depois que eu concluí meu curso superior, fiz o concurso para professor do Estado do Rio Grande de Norte, e passei numa boa colocação (2º lugar)... Porém, apesar das 8 vagas que constavam no edital, para o meu curso - História, só havia sido convocado, até 2008, o 1º lugar... Mas, no final do ano passado, finalmente me convocaram! Brinco até dizendo que foi aos 47 minutos do segundo tempo, já que o concurso estava quase prescrevendo! Fiquei feliz, claro! Como não?? Mesmo depois de tanto tempo na espera. Mas, dizem que quem espera sempre alcança, né?? 

Bom, mas hoje, quando eu ia chegando no local dessa palestra, que reuniu vários colegas de profissão, encontrei com uma amiga da minha mãe, também professora, que me conhece desde criancinha. Ela olhou pra mim e disse: "_ Ô meu Deus! Tanto que eu imaginei que essa menina fosse ser uma médica, uma engenheira, ou uma advogada! Tão inteligente, foi cair logo nessa vida de professora!!!" Lembrei que essa mesma pessoa, quando soube da minha aprovação no vestibular para História, virou a cara, e disse a mesma coisa! rsrs... Hoje acho até engraçado. Mas, na época, não gostei. E hoje, por ter uma visão um pouco mais amadurecida desses 'dizeres', senti até uma necessidade de fazer uma reflexão sobre o assunto. 

Fiquei pensando no que ela disse, e me veio a seguinte questão: teoricamente (e também na prática), o médico salva, o engenheiro constrói [falo da engenharia civil] e o advogado defende/acusa. Mas quem disse que sendo uma professora não posso fazer  tudo isso?? Trabalho com pessoas, jovens  de 10 a 15 anos... Como professora, posso 'salvar' alguns desses jovens, 'guiando-os' para um caminho condizente com a boa cidadania, não posso? Como fazer isso?? Bom, posso começar, ajudando a 'construir' opiniões que favoreçam o exercício de ser um bom cidadão! Não é difícil! É só ter COMPROMISSO com o que se faz. Que mal tem em comprometer-se com a boa educação? Que mal há em "defender" esses jovens de caminhos errados, como as drogas, o desrepeito ao próximo, o descaso com a sociedade? Acredito que nenhum. Afinal, na sala de aula, não se 'transmite' apenas conhecimentos da disciplina lecionada (como se pensava antigamente), e sim, ensina-se valores. Afinal, somos, antes de tudo, EDUCADORES. E que sejamos ÓTIMOS nisso!

O que vejo hoje, é que, a desvalorização social e financeira do professor, gerou um tipo de profissonal desmotivado, e, aparentemente, incapaz de mudar o quadro da educação no Brasil. Um profissional, que por não ter o devido reconhecimento, é negligente com a profissão e com os educandos. Entretanto, se nós mesmos não nos valorizamos (como a amiga da minha mãe, que sendo professora há 20 anos, jogou aquelas palavras na minha cara!), quem irá prestar o devido valor que merecemos? Fica difícil...

Então, caríssimos, o que posso dizer, é que não sei  nadica de nada sobre o futuro! Estou atuando profissionalmente na área da educação, desde 2006. Não sei se irei me aposentar como professora. Porém, enquanto eu estiver atuando nessa profissão, uma das mais importantes do mundo, ao meu ver, irei oferecer o meu melhor. É cansativo? Muito! É estressante? Demais! Porém, não podemos esmorecer, afinal somos nós professores que ajudamos na formação de médicos, engenheiros e advogados!!! Não é mesmo?

Beth Amorim 



1 mil pitacos!:

Daniel Caetano disse...

Beth, existe uma visão "torta" de que professor é aquele "profissional que não deu certo", então ele foi dar aula. Essa visão é, provavelmente, oriunda do fato que os professores são mal-remunerados e, na visão de algumas pessoas, só quem não tem outra alternativa parte para esse caminho.

O que talvez não ocorra para muitas pessoas é que existe bem mais que o valor da remuneração na hora de escolher uma atividade profissional.

Eu sou engenheiro. Eu trabalho como engenheiro. Mas eu também sou professor, e AMO dar aulas.
Mesmo que muita gente não dê o menor valor nisso.

No caso da professora que disse tudo isso para você, talvez seja apenas pelo fato de que ela sabe a dificuldade que é a vida de professor, como é desvalorizado (no sentido amplo) e como isso impõe algumas restrições na nossa vida; por outro lado, nesse comentário ela deixa tudo de bom que a profissão de Professor nos trás e, mais importante, talvez ela não faça a menor idéia de quais partes da vida é preciso abrir mão em outras profissões.
Beijo!

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