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29 julho 2009

D. Severina Barbosa - Minha Vó!

Há um mês atrás, você partiu, vovó... Nos deixou com muitas saudades, lembranças e também mergulhados num pesar profundo... Sua partida rápida nos pegou um pouco de surpresa, pois, para nós, você era aquela mulher forte, que dava a impressão que ia, cada vez mais, ficar passando a perna no tempo!!! Ou seja, para nós, a fortaleza que você representava, era sinônimo de eternidade... Infelizmente, nenhum de nos é eterno... E a senhora nos deixou aos 92 anos de idade...
Lembro-me de seu jeito: ora austero e rude, ora alegre e acolhedor... Aquela personalidade forte, característica da matriarca que sempre foi. Aquele jeito de que nada poderia abalar seu lado emocional. Lembro-me que, geralmente quando eu chegava lá na sua casa, a senhora estava deitada na sua redinha, tirando um precioso cochilo... Ou então, sentada na sua cadeira de balanço assistindo as missas da Rede Vida e da Canção Nova.
Era curiosa!!! Queria saber de tudo o que se passava, de tudo o que acontecia, por isso não desgrudava do seu rádio, onde ouvia todas as notícias do dia e mantinha-se sempre informada. Preocupava-se com os seus familiares, e ajudava sempre quem precisava, fosse da família ou não. Mulher acolhedora, fazia da sua casa pousada para os familiares que desejassem visitar Caicó. Mulher hospitaleira. E dessa parte, posso falar muito bem, já que eu, minha mãe e meus irmãos também fomos acolhidos no momento em que mais precisávamos. Para sempre seremos gratos a senhora pela casa, pela comida e pela educação que nos forneceu, sem cobrar nada em troca.
Muitas são as lembranças que tenho de ti, minha vozinha... A vó que participou mais ativamente da minha criação, já que pouco foi meu contato com minha vó paterna. Às vezes, ao deitar-me à noite para dormir, me pego pensando em você... Custa-me acreditar que não estás mais aqui conosco. As lágrimas cobrem minha face. Não consigo contê-las...
Sei que, devido às circunstâncias em que se encontrava, nos dias anteriores à sua partida, a senhora deve estar bem melhor agora... Não está mais sofrendo, nem tendo que suportar aquela agonia e solidão que tornou-se a cama do hospital naqueles quinze dias... Todos nós sofríamos juntos também. Fiquei desolada quando te vi naquela situação. Não gosto de lembrar desses momentos tão tristes...
Na verdade, prefiro lembrar das situações boas. E essas foram muitas com a senhora ao nosso lado! Seus aniversários que fazíamos contra a sua vontade, mas que a senhora divertia-se muito com eles, suas caretas quando ia tirar uma fotografia (!), suas longas conversas sobre a Várzea Alegre e a Quixaba, suas experiências na criação de seus 12 filhos, suas risadas, sua alegria ao saber das vitórias do Papa Jerimum, seus cozidos, seu café forte e doce, sua sopa de feijão... Muitas lembranças ficaram... Elas, com certeza, serão eternas...


Apesar da tristeza que ainda toma conta do meu coração, fica a alegria de ter sido neta de uma "mulher forte, sertaneja", que com bravura, dedicação, dignidade e acima de tudo, honradez, soube deixar o exemplo de vida para todos que tiveram a bela oportunidade de fazer parte de seus dias. Fica aqui a homenagem dessa sua neta, que fala em nome de seus descendentes, que já passam de uma centena!!!

Severina Maria de Oliveira
(D. Severina Barbosa)
08/01/1917
02/07/2009
Beth Amorim

1 mil pitacos!:

nada complicada disse...

Linda homenagem essa...

As pessoas vão embora, mas aquelas que são realmente especiais deixam a essência...

Bjs

PS.: obrigada pela visitinha lá no meu blog, volte sempre viu?!

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