CASA, COMIDA E CAFÉ COADO
Por Brena Braz
“Por isso que esses moços de hoje não querem se casar. Essas moças de hoje não sabem coar um café”. E de repente, anos e anos de indagação se resolviam de uma forma simples e objetiva. Meu avô acabava de pronunciar a sábia frase que respondia a grande questão que assola o universo feminino. E, sabe de uma coisa? Se pararmos pra pensar, meu avô está certo.
Antigamente casamento tinha um outro sentido. Na época dos meus avós, casamento era pra sempre. A mulher parava de trabalhar, de estudar ou de fazer qualquer coisa que fosse, pra se casar e virar esposa. Não havia outro sentido pra vida que não fosse aquele. Ser mãe e esposa. E era por isso que os homens se casavam. Pra ter quem cuidasse da casa enquanto eles trabalhavam pra sustentar a família. A mulher ficava em casa “coando café” e cuidando dos filhos enquanto o marido saía. Pra trabalhar ou pra sei lá o que fosse.
Até que um belo dia, a mulher plantou o pé no saco de café e resolveu sair de casa pra trabalhar. E se fudeu. A mulher passou a ter que trabalhar, cuidar dos filhos, cuidar da casa. E coar o café. Só que agora, o café é pra ela. O homem ficou meio perdido no meio dessa história. E o casamento como conhecíamos perdeu a razão de existir.
No fundo, bem lá no fundo, eu acredito que todo homem pensa que “Amélia é que era mulher de verdade”. E que a esposa ideal é aquela meio burrinha que acredita que a marca de batom na camisa é molho de tomate. Aquela que acha lindo quando ele diz que chegou às onze em casa porque estava numa reunião (mesmo não entendendo o cheiro de cerveja e perfume barato no sujeito). Um cidadão uma vez me disse que “mulher feliz é mulher ignorante”. É meio que isso. Aquelas tapadas que acreditam no molho de tomate na camisa.
Uns cinco ou seis anos atrás, li numa Veja uma pesquisa que dizia mais ou menos a mesma coisa. Que os casamentos que davam mais certo eram aqueles entre homens com QI mais alto com mulheres com QI mais baixo. Não só o QI, mas escolaridade, classe social e alguns quesitos do tipo contavam. Em resumo: casamento que dá certo é aquele em que um bonzão-fodão se casa com uma anta-tapada. Ou seja, um cidadão muito foderástico com uma topeira total tem chance de ficar anos e anos casados. Um cidadão foderástico com uma cidadã igualmente foderástica, as chances de dar certo são tipo nulas. Acontece que as antas e topeiras estão cada vez mais perto de entrar em extinção. E o casamento idem.
Existem ainda aquelas que se fazem de sonsas pra manter o casamento, mas de sonsa não têm nada. Não sei. Eu não teria tanto sangue frio. E acho que comigo não funcionaria. Ao primeiro sinal que me desagradasse, a casa ia cair. Nunca me imagino casada cuidando de filho enquanto meu marido passa o final de semana na rua. Sabe as chances disso? Nulas. Negativas. Zero. Tenho dó de quem vive isso. De verdade mesmo que tenho. Acho que ninguém consegue ser feliz assim. O casamento feliz hoje tem um novo conceito. A mulher deixou de ser aquela que fica em casa coando o café e passou a ser companheira do homem. E nem todo homem entendeu isso ainda. A maioria ainda procura a Amélia. A ignorante feliz. Tenho um pouco de dó. Dos homens, claro. Porque eles estão procurando uma coisa difícil de se achar hoje em dia. Melhor comprarem um coador de café logo.
Encontrei no Blog Inspirações para a Alma, da Juliana
4 mil pitacos!:
"Na época dos meus avós, casamento era pra sempre. A mulher parava de trabalhar, de estudar ou de fazer qualquer coisa que fosse, pra se casar e virar esposa."
Eu gostei do texto, mas com relação ao destacado acima, é preciso dizer que, mui certamente, no tempo dos avós da autora, as mulheres não tinham ainda entrado no mercado de trabalho e passavam todo o segundo grau atrás de arrumar um marido.
Concordo com todo o resto e arrisco dizer que essa moça vai ser bem feliz na vida! Sem ilusões, a vida é sempre melhor.
E até recomendaria que ela lesse os meus textos "Nada a ver com Deus", sobre o amor, inspirado naquele livro raríssimo "A Mente Seletiva" -- ei, te falei que consegui um? Comprei de um cara que trabalhava na gráfica que imprimiu o livro, 10 anos atrás. Tava novinho, embalado; saiu da offset pra uma caixa de papelão, e, depois, pra caixa do SEDEX que ele me enviou.
E é muito legal a gente ter um texto publicado no blog de outra pessoa, né? Você devia avisar à autora pra ela vir aqui comentar o texto dela. Talvez um texto meu saia na próxima semana no Bule Voador.
Grande abraço e feliz 2011.
PS - Te mandei um e-mail com um texto muito bonito do Fernando Pessoa
Ôpa, Barros!
Olha, seria uma honra ter a Brena Braz aqui, comentando no blog! Só que não sei onde encontrá-la! Peguei o texto dela já em outro blog...
Obrigada pelo texto do F. Pessoa. Já li e gostei muito! (Como se isso fosse novidade...rsrsrs... Adoro tudo o que ele escreveu, oras!)
existem dois tipos de mulher:
a mulher que quer ser esposa, ser mãe, ser sensivel, ser protegida, ser amada.. essa mulher, normalmente, é linda e bela pros olhos do marido, ela é maravilhosa e é feita pra ser apreciada sem moderação.. a beleza dela é espontanea e não sai com agua.. é facilmente encontrada em shop, supermercados.. e esta sempre acompanhada pelos filhos e/ou marido.. ela é gordinha ou magricela, baixinha ou altinha e por ai vai.. ela tem um dono!
E existe a outra:
essa é vaidosa, muito inteligente, ta sempre na moda, é independente, maquiada é linda.. bebe, fuma, passeia demais, diz ser muito feliz.. e esta sempre acompanhada de outras beldades. Ah, casamento.. não se ilude, talvez ela não nasceu para isso!!
Pois é, Anônimo.
E existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda; e o que não sai...
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