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10 janeiro 2011

Essa não é mais a minha missão. Eu tenho escolha.

Hoje, temos a liberdade de escolher a quem amar, diferentemente de nossas bisavós. Também temos o direito de acabar um casamento quando ele não está legal para o casal. Hoje em dia, as pessoas se questionam muito em relação a isso: casamentoPor que hoje os casamentos acabam tão rápido? Os de “antigamente” duravam tanto... Ora, muito simples… Talvez antigamente, as mulheres não tivessem outra escolha, né?

Antes, as mulheres eram criadas para casar e ter filhos. Arrumar um bom casamento, era o sonho de qualquer mulher. Porém, se o casamento, depois de consumado, não fosse tão bom assim, o jeito era aguentá-lo assim mesmo, para o resto da vida. Era uma coisa terrível para uma mulher ter um “título” de separada. E então elas aguentavam de tudo para segurar esse casamento, desde traições até vioência doméstica. Hoje as coisas já estão um pouco diferentes…

Recentemente eu assisti um filme, que me fez pensar sobre esse assunto. Nesse filme, ambientado na Inglaterra de meados do século XVIII, acontece algo muito comum para época, mas que talvez tivesse um desfecho diferente nos dias atuais. 

O 5º Duque de Devonshire, um poderoso e influente nobre da alta sociedade inglesa, casa-se com a jovem Georgiana (que tinha 17 anos na época), com o intuito de "fabricar" um herdeiro (homem, lógico). Não era intenção do Duque amar a sua esposa, e,  muito menos, construir um casamento feliz. O herdeiro era seu maior objetivo.

Depois de alguns abortos e o nascimento de duas meninas, o casamento que já não era lá essas coisas, foi abalado por uma traição. Aliás, por uma dupla traição. A Duquesa flagra seu marido e sua hóspede e "melhor amiga" no maior "rala e rola". 

Desperada, ela corre para os braços da mãe, na tentativa de receber alguns conselhos. Perguntas do tipo: Mamãe, o que eu devo fazer??? E então a mãe lhe diz: Você não tem escolha. Essa é sua missão. Seja uma boa esposa e lhe dê o filho homem que ele tanto quer e precisa. E então, G., como era chamada, teve que aguentar àquela situação. Seu marido, tendo um caso com sua amiga, tudo bem diante dos seus olhos… Os três convivendo juntos sob o mesmo teto. E mais, G. ainda tinha que ser “boazinha”, mostrar amor por seu marido, para que ele pudesse vir até ela, “produzir” seu tão sonhado herdeiro.

_duquesaposter01O filme, que é baseado em uma história verídica (a Princesa Lady Diana, era descendente dessa duquesa), é excelente. Mostra a banda podre que ficava encoberta pelas festas, banquetes e pelas belas roupas da high society londrina. Quem não assistiu, eu recomendo.

 

Bom, mas trazendo a situação para os dias atuais, hoje nós mulheres podemos ter outro tipo de atitude perante um caso desses.  Hoje, felizmente, nós temos escolha. Ninguém nos “condenará” por uma separação, a não ser que permitamos isso.

Hoje eu posso dizer: casamento… marido… bye, bye! Ou: você não serve mais para mim. Ou: a fila anda. Ou ainda: vá pra pqp. Ah, e ele nem precisa me trair com minha melhor amiga para isso acontecer. Na verdade, ele não precisa nem me trair. Basta que eu esteja insatisfeita com a relação, e saiba que nada que ele (ou eu) fizer, mudará isso.

A sociedade não está mais no meio de nós. Nem Deus.

 

Saiba mais:

  • Sobre Georgiana Cavendish, Duquesa de Devonshire, aqui.
  • Sobre o filme “A Duquesa”, aqui.

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