Até morrer estarei enamorada
de coisas impossíveis:
tudo que invento, apenas,
e dura menos que eu,
que chega e passa.
Não chorarei minha triste brevidade:
unicamente alheia,
a esperança plantada em tristes dunas,
em vento, em nuvem, n'água.
A pronta decadência,
a fuga súbita
de cada coisa amada.
O amor sozinho vagava.
Sem mais nada além de mim...
numa eternidade inútil.
de coisas impossíveis:
tudo que invento, apenas,
e dura menos que eu,
que chega e passa.
Não chorarei minha triste brevidade:
unicamente alheia,
a esperança plantada em tristes dunas,
em vento, em nuvem, n'água.
A pronta decadência,
a fuga súbita
de cada coisa amada.
O amor sozinho vagava.
Sem mais nada além de mim...
numa eternidade inútil.
Cecília Meireles
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"Minha infância de menina sozinha
deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para
mim: Silêncio e Solidão. Essa foi sempre a área da minha vida. Área
mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos,
onde relógios revelaram o segredo de seu mecanismo e as bonecas, o jogo
do seu olhar (...)."
MEIRELES, Cecília
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