Gênesis: a jornada da evolução dá a largada - 3,9 bilhões a 2,1 bilhões de anos atrás.
Aqui começa a história da vida na Terra. No centro, está o ancestral comum de todas os seres vivos, que viveu há 3,9 bilhões de anos. Foi uma mera molécula de carbono e suas 3 filhas que deram o pontapé inicial na jornada da vida.
1. Molécula mãe
No princípio, há uns 4 bilhões de anos, eram moléculas de carbono que aprenderam a fazer cópias de si mesmas. Cerca de 100 milhões de anos depois surgiam moléculas com uma armadura de proteína. Eram as primeiras células, que dariam origem a tudo o que existe de vivo hoje.
2. Pioneiras bem-sucedidas
Há 3,9 bilhões de anos, as células não passavam de um pacote de DNA protegido por uma capa – sem “órgãos internos”, como a mitocôndria. Até hoje há muitas bactérias assim. Muitas mesmo: se juntarmos só as que vivem hoje debaixo da terra, elas cobririam o planeta todo com uma camada de 15 metros de espessura.
3. Células 2.0
Num dia qualquer, há pouco mais de 2 bilhões de anos, uma célula bacteriana entrou em outra. Foi o princípio de um casamento duradouro e feliz. A invasora foi a mitocôndria, uma bactéria que passou a funcionar como um turbo para a célula invadida, fornecendo energia em quantidades colossais. Deu tão certo que até hoje elas vivem juntas: todas as células de plantas e animais (as chamadas eucariontes) são formada por esse par.
4. Herói da resistência
Há cerca de 3,5 bilhões de anos, surgiu um parente das bactérias: a arquea. Ela tem características corporais que garantem o título de campeã da resistência entre as formas de vida. Chega a morar até em lugares como gêiseres, onde suporta temperaturas superiores a 100 0C.
Explosão de vida - 2,1 bilhões a 500 milhões de anos atrás
Plantas e fungos separam-se de nós e seguem seu caminho. No reino animal, a variedade aumenta: surgem os primeiros animais com cérebro, olhos e exoesqueleto. Entre eles, nosso tataravô.
1. Fábricas de oxigênio
Algumas células desenvolvem uma nova habilidade: passam a comer o carbono das moléculas de CO2. E o que sobra como “fezes” nesse processo é outro gás, o oxigênio. Era a fotossíntese das primeiras plantas da Terra, as algas, que encheria a atmosfera com o gás essencial para a vida.
2. Vida simples
As células eucariontes fundavam mais dois ramos: o dos fungos, que são parecidos com plantas, mas não fazem fotossíntese, e o dos protozoários, os animais unicelulares. Mas quem daria o que falar seria outro ramo, o do item 3.
3. Vida complexa
Depois de mais de 1 bilhão de anos com as algas produzindo oxigênio a rodo, as células, que usam o gás para produzir energia, ganham força e surgem seres complexos, multicelulares. É a explosão de vida que aconteceu entre os Períodos Vendiano e Cambriano. Surgiam ali os ancestrais diretos dos animais de hoje.
4. Escafederam-se
Mas a maior parte da exuberância surgida no Cambriano ficou por lá mesmo e não deu em nada. Uma grande extinção matou quase todos os bichinhos. Os poucos que sobraram deram origem a todos nós.
5. Primeiros olhos
Com as formas de vida ficando mais variadas, a natureza começa a fazer experiências que se consagrariam: as primeiras cabeças e olhos surgem em vermes como os platelmintos.
6. Seu tataravô
No meio dessa gangue de invertebrados apareceu um bichinho besta parecido com os girinos de hoje. Ele é seu ancestral direto. O rabinho atrás dele foi o que deu origem a nossa coluna vertebral.
Apocalipse(s) - 500 milhões a 250 milhões de anos atrás
Frio destrói o planeta. Depois o calor faz a mesma coisa. Mesmo assim, a vida segue firme, com plantas e insetos gigantes. E chega o bisavô da gente, dos dinossauros e dos sapos.
Uma extinção há cerca de 450 milhões de anos varreu 85% das espécies – sorte sua que nossos ancestrais se safaram. A provável causa é irônica para nós, que tememos o efeito estufa: um resfriamento global.
2. 3 peixes e 1 destino
Nosso ancestral sobrevivente é o peixe sem mandíbula, pai dos peixes comuns e dos que dariam origem a nós: os de nadadeiras grossas. Essas nadadeiras, por sinal, logo mostrariam a que tinham vido. Veja no item 5.
3. Ar anabolizado
No início do Carbonífero, o clima quente e úmido oferecia condições ideais para o crescimento de árvores gigantes, com mais de 30 metros. A fotossíntese delas fez o oxigênio compor 35% da atmosfera – hoje, por exemplo, esse nível é de apenas 20%.
4. Fuga para a terra
O mar estava superpopulado. Fugir para a terra firme virou a alternativa para alguns invertebrados. Deles viriam os insetos modernos.
5. Peixe fora d’água
Peixes que viviam em pântanos transformaram aquelas nadadeiras grossas em 4 patas. E originaram os vertebrados terrestres.
6. Invasão dos insetos
O ar cheio de oxigênio foi um baita negócio para os bichos mais energéticos, como os insetos: alguns chegaram a medir quase 1 metro.
7. Efeito estufa
Há 250 milhões veio a maior extinção da história: 95% das espécies. Motivo provável: erupções vulcânicas teriam aumentado a concentração de CO2 , elevando a temperatura além da conta. As maiores perdas foram no mar.
Ascensão e queda dos dinos - 250 milhões a 65 milhões de anos atrás
Uma extinção abre caminho para os dinossauros dominarem a Terra. Outra os manda embora de uma vez só. Enquanto isso o mundo fica mais colorido e surge nosso avô, um “quase-ratinho”.
1. Rei morto, rei posto
Há 230 milhões de anos um grupo de répteis dominava a Terra. Dinossauros? Não: os terapsídios, ancestrais dos mamíferos. Mas uma extinção os varreu do planeta há 200 milhões de anos. E deixou o caminho livre para os dinos.
2. Era das flores
As florestas ficavam mais coloridas. As plantas com flores inventaram um novo método de reprodução: usar insetos para transportar seu gametas, em vez de atirá-los no ar. E logo elas dominariam 80% da vegetação.
3. Dinos aquáticos
O mar não estava só para peixe, estava também para plesiossauros e ictiossauros, os dinos aquáticos. Eles morreram milhões de anos antes dos terrestres. Suspeita-se que foi por falta de comida depois que um tipo de lula, seu prato favorito, extinguiu-se.
4. Come-quieto
Os primeiros mamíferos eram menores que ratos e viviam de comer insetos – embora alguns chegassem a 1 metro de comprimento. Mesmo assim, se esses pioneiros não tivessem se escondido dos dinos, você não estaria aqui.
5. Impacto profundo
Há 65,5 milhões de anos, um asteróide acertou a Terra. Resultado: tsunamis de 150 metros, terremotos colossais e uma onda de choque que ensurdeceu os sobreviventes. Mais de 70% dos animais pereceram. E não sobrou dino algum.
6. Casa nova
O meteoro que matou os dinossauros fez a alegria dos anfíbios. Ao destruir os dinos herbívoros, facilitou o crescimento de selvas, que serviram de lar para eles. Na época, as 5 espécies sobreviventes deram à luz 86% das espécies de sapos e 95% das de salamandras atuais.
O nosso mundo, por enquanto - 65,5 milhões de anos atrás até a semana passada
Estima-se que haja 10 milhões de espécies hoje, embora só 1,4 milhão estejam catalogadas. Mesmo assim, é a ponta do iceberg: 99% das formas de vida que já passaram pela Terra não estão mais entre nós. E as extinções continuam.
1. Mundo mamífero
Com a Terra livre dos dinossauros, aqueles mamíferos do tamanho de ratinhos ficaram com o terreno livre para crescer e se multiplicar.
2. Quem dera ser um peixe
Não só os mamíferos se deram bem na época. Alguns peixes tiveram um upgrade, que lhes deu mais agilidade e força. Resultado: viraram o grupo dominante dos vertebrados, com 50% das espécies.
3. Nem macaco nem homem
Há 6 milhões de anos nascia o último ancestral comum de homens e chimpanzés, um ser ainda desconhecido do ramo dos primatas. Um milhão de anos depois ele evoluiria para o australopiteco. E dele para nós foi um pulo, pelo menos do ponto de vista do planeta.
4. E chega o homo sapiens
O australopiteco gerou o Homo erectus, que gerou o Homo heidelbergensis, que teve dois gêmeos há 200 000 anos: o Homo neanderthalensis e o Homo sapiens. Aí fizemos o que Caim fez com Abel na Bíblia: os matamos. E há 30 000 anos somos a única espécie humana na Terra.
5. Extinção artificial
Agora nós é que promovemos extinções em massa. Sete em cada 10 das principais espécies de peixes marinhos – que juntas somam 30% de tudo o que se pesca – já foram superexploradas. Quer dizer: se a predação humana continuar como está, elas devem se extinguir nas próximas décadas.
[Obs: Toda essa série de textos postados desde o dia 26 de maio, fazem parte da mesma matéria, e foi reproduzida de forma integral de onde foi encontrada (SuperArquivo). Por ser muito grande, preferi "cortá-la" em partes, e publicá-las aos poucos. Quem quiser ver a matéria completa, ou seja, em 1 só página, é só clicar aqui. As imagens foram pesquisadas na grande rede - Internet, via Google. Beth Amorim]
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