Cara a cara na Europa
Não era uma tarefa para qualquer um. Os neandertais eram biologicamente preparados para agüentar o frio, enquanto o sapiens vinha da sauna africana. O corpo dos nossos primos europeus, por exemplo, transpirava menos que o nosso, já que suor congelado pode matar de frio. Eles também tinham uma resistência fora do comum – seus ossos eram tão robustos que os neandertais aguentavam fraturas sem chiar. Sair na mão com eles, então, era roubada. Mas o sapiens não precisava disso. Foi só entrarmos na Europa, há 38 mil anos, para os neandertais começarem a sumir do mapa. Cientistas nunca encontraram sinais direto de conflito, tipo um esqueleto neandertal com um osso afiado (arma típica dos sapiens) na bacia. Mas as espécies competiram, sim, no mundo da Era do Gelo. E os humanos modernos levaram a melhor na tarefa que mais interessava: arranjar comida.
Na hora da caça, afinal, era covardia. Como as armas dos neandertais não eram grande coisa para matar a distância, eles geralmente entravam em confrontos suicidas com as presas. Análises em esqueletos deles mostram que os adultos tinham tantas fraturas quanto os peões de rodeio de hoje. Com o sapiens era diferente: suas lanças eram mais precisas na hora do arremesso, e eles ainda criaram uma espécie de catapulta manual que multiplicava o alcance dos dardos (um avô do arco-e-flecha). Desse jeito, o sapiens crescia e se multiplicava, deixando os neandertais sem território. E há 28 mil anos as duas últimas tribos de neandertais, em Portugal e na Croácia, pereciam. Era o fim de um reinado de 100 mil anos.
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